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Concurseira recebe mesada para estudar

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Extraído do G1

Jovem de 24 anos ganha mesada dos pais para estudar para concursos

Bacharel em direito diz que ter a ajuda da família 'é um privilégio'.
Para educador, ela deve estabelecer um prazo para entrar no mercado.

Giselle Dutra e Fabíola Glenia Do G1 CE e do G1 em São Paulo
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Mesada (Foto: editoria de arte/g1)

Dianne Dias se considera privilegiada porque, aos 24 anos, ainda recebe mesada dos pais. O motivo? Mesmo bacharel em Direito, ela passa a maior parte do tempo estudando para se preparar para concursos públicos. "Lógico que hoje se eles não tivessem condições, eu teria de advogar. Nem todo mundo pode ficar parado para estudar. Mas como eu tenho esse privilégio, tenho de aproveitar para me capacitar mais", afirma.
(Na série Dinheiro na mão de crianças, o G1 mostra como os pais fazem para explicar situações econômicas do dia a dia para os filhos.)
Ela recebe todo mês R$ 2 mil dos pais para a manutenção da casa em que mora sozinha em Fortaleza, ter uma diarista e pagar um pouco de lazer. Para Dianne, ninguém deve receber mesada a vida toda, mas enquanto for realmente necessário. Natural do Rio Grande do Norte, ela recebe mesada há nove anos, desde o ensino médio.
Depois, os pais mantiveram a mesada durante a faculdade e agora ela continua contando com o apoio financeiro para se dedicar aos estudos. "Sei que nem todo mundo tem acesso a isso. Acho que quando você tem um privilégio, você tem de aproveitar a oportunidade", disse.
Ela disse que presta assistência jurídica uma vez por semana a uma empresa para reforçar o orçamento, em especial, para as saídas com amigos. "Não posso me dedicar tanto ao trabalho porque preciso estudar", diz. Dianne reconhece ainda o esforço dos pais e diz que se não recebesse a mesada, não teria como buscar chegar mais longe na profissão. "Teria de estar trabalhando para me sustentar e morar em um apartamento sozinha. Tem as contas de casa para pagar. Por mais que eu passe 90% do meu tempo estudando, não daria", explicou.
 
 
Amadurecimento
Como os pais de Dianne moram em Mossoró, interior do Rio Grande do Norte, ela mora desde os 15 anos sozinha em um apartamento em Fortaleza, onde estuda. A jovem explica que morar sozinha trouxe amadurecimento quanto ao controle de gastos. "Sou muito consciente com relação ao dinheiro. Sempre me deram um valor porque sabiam quanto mais ou menos eu gasto. Esse 'x' era para pagar as contas e, se eu conseguisse economizar, ficava para mim", explica.
No início, quando ela ainda era adolescente, Dianne avisava aos pais sobre cada conta que chegava e quando precisava de dinheiro para o lazer ou outros afazeres. Depois, acabou conquistando a confiança dos pais e se organizando sozinha. Mas ela também acredita que isso se deve mais à personalidade do que à orientação dos pais. "Eu nunca cheguei a gastar o dinheiro e ficar sem ter como me organizar, mas é mais da pessoa", defendeu.
Dica do especialistaPara o educador financeiro Álvaro Modernell, a estudante Dianne Dias vive “uma situação ideal”.
“Muitos especialistas acham que, assim que a pessoa adquire a maioridade ou sai da faculdade, os pais têm que cortar este suporte financeiro. Eu não concordo necessariamente com isso, acho que cada caso tem que ser analisado separadamente”, diz.
Para o especialista, se a família tem boas condições financeiras e ninguém está passando privações – sejam os pais ou irmãos – então, não há nada de errado no caso da jovem.
“Poucas pessoas têm esta oportunidade. O risco está em o jovem não ter consciência de que isto é um privilégio ou querer ficar ‘aproveitando a vida’ e postergando a entrada no mercado de trabalho.”
Modernell, no entato, faz um alerta: “É importante que ela tenha consciência de que nem todo mundo que estuda para concurso público passa. Seria indicado que ela estabelecesse um deadline”.
Caso Dianne não consiga passar num concurso público nos próximos dois ou três anos, por exemplo – citando um prazo hipotético – ela deveria ingressar no mercado de trabalho, mas sem necessariamente largar os estudos e abandonar o projeto de prestar concurso, orienta o educador financeiro. “O que é ruim é ficar sem um horizonte. Tem que buscar uma definição.”
Embora a estudante preste assistência jurídica uma vez por semana, Modernell diz que ela poderia aumentar um pouco esta carga de trabalho para fazer uma reserva financeira.
“Já que os pais estão se dispondo a sustentar o estudo dela, ela poderia fazer uma poupança ou uma previdência. A reserva é importante não só para necessidades, mas também para oportunidades. Vamos supor que surja um curso no exterior”, comenta.
Também é fundamental, na opinião do especialista, que a família converse claramente sobre a situação. Juntos, pais e filhos devem ter claro como está a situação financeira e de saúde dos pais, até quando terão condições de manter este padrão. “Chega uma hora que os pais precisam desacelerar. Já pensaram a respeito?”
Álvaro Modernell se opõe em casos que a família banca um dos entes sem ter condições para tal. “Muitos idosos passam restrições não porque a aposentadoria é baixa, mas porque se sacrificam pelos filhos.”
Como dica final, o especialista orienta Dianne a aprofundar os estudos também na questão da educação financeira. “Tem gente que se relaciona bem com o dinheiro, mas desconhece questões importantes.”

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